Ataque à Liberdade de Imprensa
A repórter Maria Mazzei, do jornal O Dia, do Rio de Janeiro, recebeu ameaças anônimas de morte, por telefone, dirigidas também à sua família, em função de uma série de reportagens que fez sobre a chamada “Máfia dos Corpos”, sobre irregularidades cometidas por funcionários do Instituto Médico Legal. Entre outras fraudes, cadáveres eram vendidos e mortes eram atestadas para o recebimento de seguro e pensões. No dia 12 de agosto, a repórter havia entrevistado o ex-oficial da Marinha Mercante Yussef Georges Sarkis, de 52 anos, acusado de ter forjado a própria morte para receber cerca de R$ 1 milhão. A conversa foi gravada e nela Yussef chegou a dizer que tinha amigos que eram “seqüestradores e policiais ligados a grupos de extermínio”. No dia 15 de agosto de 2006, depois de várias ameaças por telefone a Maria, O Dia comunicou o fato à Secretaria de Segurança e resolveu providenciar a mudança da jornalista e suas família para local seguro, com escolta policial. Vizinhos da jornalista afirmaram ter visto, por várias vezes, um automóvel suspeito passar em frente ao domicílio de Maria. O secretário de Segurança do Rio, delegado Roberto Precioso, considerou inaceitável a ameaça e afirmou que a polícia vai apurar o caso e identificar os envolvidos.

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) acompanha, investiga, denuncia, pede providências e se manifesta em defesa da liberdade de expressão. De longa data, é reconhecida nacional e internacionalmente como referência na defesa da liberdade de imprensa no Brasil.